Guia para iniciar o revestimento de canalizações para profissionais

O campo da reabilitação das redes de águas residuais foi revolucionado pelo revestimento de canalização. Esta técnica, económica e duradoura, evita a necessidade de trabalhos importantes e dispendiosos. Para os profissionais, dominar o revestimento e as suas etapas é crucial para garantir a longevidade das instalações.

Face aos avanços constantes das técnicas e materiais, o revestimento surge como a solução preferida para a reparação das canalizações. Graças à utilização de resinas epóxi ou bainhas em fibra de vidro reforçada, este método garante uma solidez e impermeabilidade ótimas. Ainda mais, o revestimento constitui uma alternativa menos invasiva do que a substituição integral dos condutos.

Compreender o revestimento de canalização

O que é o revestimento de canalização?

O revestimento de canalização é uma técnica moderna destinada à reabilitação das redes de águas residuais, sem necessitar de escavação. Envolve a utilização de uma bainha - geralmente em fibra de vidro ou feltro - impregnada com uma resina, como epóxi ou poliéster. Esta bainha é inserida na canalização existente. Em seguida, a resina solidifica-se, criando uma nova parede interna robusta e impermeável. Este processo contribui para prolongar a vida útil da canalização, evitando as desvantagens associadas às reparções clássicas.

Particularmente adequado para canalizações de difícil acesso, o revestimento pode ser aplicado a tubagens de dimensões variadas, desde 15 a 125 cm de diâmetro. Revela-se eficaz para reparar fissuras, buracos e juntas defeituosas. Além disso, permite reforçar as canalizações erodidas pela corrosão ou desgaste.

O procedimento começa com uma avaliação precisa do conduto, através de uma câmara endoscópica. Este diagnóstico é seguido de uma limpeza intensiva por alta pressão, preparando assim a superfície para a inserção da manga resinosa. Esta última é posicionada por tração ou inversão, antes de ser curada para constituir a nova parede interna.

Vantagens do método de revestimento

O revestimento de canalização apresenta várias vantagens notáveis face aos métodos tradicionais. Em primeiro lugar, é mais económico, evitando os custos e perturbações ligados à escavação e substituição das canalizações. Este método destaca-se também pela sua rapidez de execução e pelo baixo incómodo para os moradores.

A longo prazo, uma rede de saneamento restaurada por revestimento pode alcançar uma longevidade de 50 anos, oferecendo assim uma solução duradoura. O seu baixo impacto ambiental, devido à ausência de resíduos gerados pelas operações de escavação, constitui outro ponto positivo.

Além disso, o revestimento contribui para melhorar a qualidade da água. Prevê contaminações por infiltração e limita a formação de calcário e outros bloqueios, otimizando o desempenho global da rede de saneamento.

Diferentes técnicas e materiais utilizados

O domínio do revestimento de canalização utiliza uma variedade de técnicas e materiais, cada um adequado a contextos específicos. As resinas epóxi, poliéster e viniléster são privilegiadas pela sua aderência e resistência ótimas uma vez curadas.

Consoante o tipo de canalização e a natureza do problema, os métodos de revestimento diferem. O revestimento contínuo em fibras de vidro, com resina poliéster, destaca-se pela sua capacidade de formar uma cobertura resistente sem dobras. Enquanto o feltro impregnado com resina epóxi continua a ser ideal para configurações mais complexas.

A polimerização, essencial para a solidificação da resina, varia consoante o material: este processo pode ser feito a seco, ou com a aplicação de vapor, água quente ou raios UV. Esta etapa é determinante para garantir a resistência e impermeabilidade da nova estrutura interna.

Equipamentos necessários para o revestimento de canalização

Principais ferramentas e máquinas

O revestimento de canalização é um procedimento que requer uma variedade de equipamentos especializados. Os robôs de fresagem são indispensáveis para eliminar obstruções e alisar as superfícies internas. As câmaras de inspeção são igualmente essenciais, oferecendo uma visão precisa do estado das canalizações para orientar corretamente o revestimento.

Os aparelhos de projeção de resina, como o sistema CuraFlow®, garantem uma aplicação homogénea da resina. No âmbito do revestimento por manga, o uso de mangas em poliéster ou fibra de vidro, impregnadas com resina no local, é uma prática comum.

Relativamente à polimerização, uma fase crucial que assegura o endurecimento da resina, são utilizados diversos equipamentos. Estes variam conforme a técnica empregue: sistemas de aquecimento, utilização de vapor, água quente ou lâmpadas UV são algumas das soluções para ativar e endurecer a resina.

Escolher o equipamento certo para diferentes tipos de canalizações

A escolha dos materiais para o revestimento varia consoante o tipo de canalização e o seu estado. As canalizações em PVC beneficiam de resinas especialmente concebidas para uma aderência ótima. Quanto às canalizações metálicas, frequentemente requerem resinas epóxi, reconhecidas pela sua resistência à corrosão.

O diâmetro e a configuração das canalizações influenciam também a seleção dos materiais. As mangas flexíveis em fibra de vidro são adequadas para percursos sinuosos, enquanto as versões mais rígidas são indicadas para troços retos.

Recorrer a especialistas é crucial para uma escolha informada do equipamento. Eles fornecem recomendações personalizadas baseadas nas especificidades do local e nas características das canalizações.

Investimentos iniciais e gestão da manutenção

Embora a aquisição inicial de equipamentos de revestimento represente um investimento significativo, revela-se rentável a longo prazo ao prevenir substituições dispendiosas de canalizações. Os principais investimentos dizem respeito a robôs de fresagem, sistemas de projeção de resina e equipamentos de polimerização.

Uma manutenção metódica é essencial para prolongar a durabilidade e garantir a eficácia do equipamento. Verificações regulares, bem como atualizações tecnológicas, são indispensáveis para manter os equipamentos operacionais.

O investimento na formação do pessoal constitui também uma prioridade. É essencial que os operadores sejam competentes nas técnicas modernas de revestimento e no uso adequado do equipamento, garantindo assim a excelência e a segurança das intervenções.

Implementação de uma operação de revestimento

Etapas preparatórias: Inspeção e limpeza

Para garantir o sucesso de qualquer operação de revestimento, uma inspeção aprofundada dos condutos é primordial. Utilizando uma câmara dedicada, esta análise inicial permite identificar fissuras, obstruções e danos diversos. Assim, o estado das canalizações fica claramente definido, facilitando um planeamento preciso da intervenção.

A etapa de limpeza é crucial. Visa preparar minuciosamente a superfície interna para uma melhor aderência da resina. Para tal, é frequentemente utilizado um desentupimento de alta pressão para eliminar detritos e acumulações diversas. Segue-se uma secagem completa, assegurando uma adesão perfeita da resina.

O uso de equipamentos de proteção individual é obrigatório para garantir a segurança dos técnicos. Isto inclui, nomeadamente, luvas grossas, máscaras, óculos de proteção e fatos especiais.

O processo de revestimento: Da preparação à polimerização

O processo inicia-se com a preparação minuciosa da resina epóxi, adaptada às necessidades específicas do projeto. A manga, saturada com esta resina, é introduzida na canalização. O modo de inserção, por inversão ou tração, depende das especificidades do projeto.

Segue-se a fase de polimerização, onde a resina é endurecida, criando assim uma camada interna robusta. Este endurecimento pode ser acelerado por diversos meios, como vapor, água quente ou UV, conforme a natureza da resina.

Uma vez endurecida, a resina estabelece uma nova barreira interna sólida. Esta reforça significativamente a canalização, tornando-a simultaneamente resistente e estanque. Aumenta assim a longevidade da estrutura e previne eficazmente fugas.

Controlo e validação da intervenção

É realizada uma inspeção rigorosa pós-intervenção para garantir a qualidade do trabalho efetuado. Esta etapa inclui uma inspeção por vídeo para confirmar a perfeita impregnação da resina e a estanqueidade da reabilitação.

São então realizados testes funcionais. Estes permitem verificar que o sistema reabilitado opera conforme esperado. Estas verificações incidem sobre o caudal e a pressão, assegurando o bom funcionamento da canalização.

Em conclusão, é elaborado um relatório detalhado. Este resume os trabalhos realizados e o estado final das canalizações. Este documento é crucial para a rastreabilidade e serve como referência valiosa para qualquer intervenção futura.

Conclusão

O revestimento de canalizações representa hoje um método essencial na renovação das redes de águas residuais. Esta técnica destaca-se pela sua durabilidade, custo acessível e abordagem menos invasiva comparada aos métodos clássicos.

Optar pelo material adequado, seguindo escrupulosamente as etapas desde a inspeção inicial até à avaliação final, garante uma melhoria significativa na durabilidade dos seus equipamentos. É o momento ideal para integrar o revestimento nos seus futuros projetos de reabilitação.

Adote esta evolução na manutenção de canalizações e constate por si mesmo as suas vantagens incontestáveis.